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Pesquisadores buscam solução para o murchamento da cana-de-açúcar

Problema tem afetado todas as variedades em várias regiões produtoras do Brasil

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A síndrome do murchamento da cana-de-açúcar tem sido um problema aos produtores no Brasil (Foto: Reprodução/ Freepik)

Os canavicultores brasileiros enfrentam um desafio significativo nos canaviais: a síndrome do murchamento da cana-de-açúcar, notada pela presença de colmos murchos. Pesquisadores do Programa Cana do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) estão conduzindo estudos em parceria com o Cepenfito (Centro de Pesquisa em Engenharia-Fitossanidade em cana-de-açúcar) na Unesp (Universidade Estadual Paulista), com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do Grupo São Martinho para solucionar esse problema. 

Essa síndrome tem se manifestado progressivamente, afetando todas as variedades em várias regiões produtoras do Brasil. Os colmos murchos ou secos podem indicar diferentes doenças, como o ataque de cigarrinhas das raízes (Mahanarva spp.) ou fungos. Entre os fungos destacados, estão o Colletotrichum falcatum, causador da Podridão Vermelha, Phaeocytostroma sacchari, responsável pela Podridão da Casca ou Podridão Azeda, e Fusarium spp., causador da Murcha de Fusarium. 

Esses sintomas resultam de infecções causadas por esses fungos, ocorrendo isoladamente ou, menos comumente, em coinfecções. Em alguns casos, os sintomas de murcha predominam devido a infecções específicas, como aquelas causadas por C. falcatum, P. sacchari e Fusarium spp., conforme explicado pelo pesquisador do IAC, Ivan Antônio dos Anjos, que colabora com o professor Antonio de Goes da Unesp no Cepenfito.  

  


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O fungo P. sacchari, em particular, tem sido frequentemente isolado de colmos murchos, apresentando sintomas como descoloração da casca, perda de ceras, coloração marrom glacê interna e, com a progressão, entrenós avermelhados, junto a um odor de fermentação característico. A murcha ocorre devido à perda de água, formando cavidades ao longo do colmo, e estruturas escuras globosas, chamadas cirros, na casca. 

No caso da murcha de Colletotrichum, o sintoma mais evidente é a presença de bandas brancas contrastantes com a coloração avermelhada interna do colmo. Externamente, os fungos formam estruturas com setas escuras semelhantes a espinhos. 

Os pesquisadores afirmam que a evolução dos sintomas e, consequentemente, das perdas, aumenta consideravelmente com o avanço da maturação dos colmos, especialmente nos terços finais da safra no Centro-Sul. Diante desse cenário, a antecipação da colheita nas áreas afetadas pela doença é a medida mais recomendada para mitigar perdas. 

Frente aos desafios impostos pela doença, estudos estão em andamento nos laboratórios do IAC e da Unesp, com o desenvolvimento de variedades resistentes como um dos objetivos principais. 

Enquanto a pesquisa científica busca soluções, a recomendação para os canavicultores é realizar o corte antecipado da cana, única medida eficaz contra a síndrome do murchamento até o momento. Mesmo com tentativas de aplicação de fungicidas químicos e biológicos, assim como testes com diferentes tipos de adubações, não foram identificadas variedades resistentes até o momento, conforme destaca Ivan.
 

 

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