Ainda que as negociações tenham começado há semanas, apenas agora o calendário de Lula permitiu a reunião. "É a retomada da normalidade", afirmou um aliado de Campos Neto no governo.
"Será uma conversa institucional, de avaliação da economia e de cenários", declarou um interlocutor do governo.
Nestes 269 dias, Campos Neto foi por algumas vezes alvo da retórica do presidente contra a manutenção dos juros em nível alto. O líder do Executivo chegou a chamar o chefe da autoridade monetária de "este cidadão", "tinhoso" e "teimoso".
LEIA MAIS
Consumo de energia elétrica continua crescendo no Brasil
João Doria pede desculpas por falas sobre prisão de Lula
Por muitas vezes, coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o papel de "bombeiro".
O encontro vem em um momento em que uma parcela dos aliados de Lula reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao BC, justamente por causa do início do ciclo de redução da Selic.
Mas nomes influentes no entorno de Lula, como a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), seguem com falas duras. Na semana passada, após o Copom (Comitê de Política Monetária) decidir unanimemente pela queda dos juros básicos em 0,50 ponto porcentual, a 12,75%, a parlamentar reclamou de um processo de baixa feito "a conta-gotas".
De todo modo, como apurou a CNN Brasil, a reunião desta quarta-feira representará ao menos um gesto de aproximação entre os presidentes da República e do BC.
No entorno de Lula, segundo a emissora, o encontro está sendo visto como um modo de selar uma convivência mais adequada entre eles, ainda que sem uma pacificação definitiva.
*Com informações da Agência Estado
LEIA MAIS
STF define tese final do julgamento sobre marco temporal nesta quarta