Uma mulher à frente de seu tempo, Tarsila do Amaral nasceu em Capivari (SP) e retratou o Brasil e suas cores em obras que compõem a vanguarda da arte moderna. Filha mais velha de sete irmãos, a artista passou a infância nas fazendas do pai e estudou em São Paulo e em Barcelona, na Espanha.
Foi em terras espanholas, que Tarsila pintou seu primeiro quadro, o "Sagrado Coração de Jesus", em 1904. Quando retornou ao Brasil, casou-se com André de Teixeira Pinto, com quem teve sua única filha, Dulce Pinto. O casamento chegou ao fim dois anos depois e a partir de então a artista aprofundou seus estudos em arte.
"A Tarsila foi uma pessoa que rompeu com padrões. Ela se casou quatro vezes, conseguiu a anulação do primeiro casamento dela. Para a época era um choque, porque a mulher não ocupava esse papel", explica Cecília Amaral, sobrinha bisneta da artista.
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FORMAÇÃO
Tarcila começou com escultura e, em seguida, passou para aulas de desenho e pintura. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com o pintor Émile Renard. Ficou na Europa até junho de 1922 e ficou sabendo da Semana de Arte Moderna através das cartas da amiga e também artista Anita Malfatti.
De volta ao Brasil, Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Junto com Anita, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, eles agitaram culturalmente a capital Paulista com festas, reuniões e conferências.
PRINCIPAIS OBRAS
Tarcila Pintava os tons do encanto e retratou em suas obras a paisagem forte de Minas Gerais. Contrariando os críticos, ela levou para as telas cores que na época eram consideradas tons de mau gosto.
"Depois que Tarsila viajou a Minas, ela disse que reencontrou as cores que gostava na infância e passou a usá-las nas obras dela", conta Tarsila do Amaral, que compartilha o mesmo nome da pintora.
Entre as produções de destaque da pintora está o "Abaporu", de 1928. A tela é uma das principais obras do período antropofágico do movimento modernista no país. Cinco anos depois, Tarcila retratou o processo de industrialização de São Paulo em "Operários". No quadro a artista reflete sobre a exploração do trabalhador e a diversidade do povo brasileiro. Como ninguém, ela sabia mostrar o Brasil, sua gente e sua história.
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