
Danielzinho esteve sempre no pelotão da frente. Contudo, não conseguiu acompanhar os líderes no momento da escapada. Mesmo com queda de rendimento na fase final, o atleta paulista fez uma grande apresentação em sua primeira maratona em um Mundial.
A maratona começou às 6:17 locais (10:17 no horário de Brasília), com 13 graus, temperatura inesperada para o verão norte-americano. A largada ocorreu em frente ao Estádio Autzen, da Universidade do Oregon - que curiosamente adota as cores verde e amarela - entre Eugene e Springfield.
A maratona do Mundial foi dominada pelos corredores etíopes. Tamirat Tola conquistou a medalha de ouro, com 2h05min36, novo recorde do campeonato. Mosinet Geremew ficou com a prata, com 2h06min44. O belga Bashir Abdi levou o bronze, com 2h06min48. Para surpresa dos especialistas, os principais quenianos ficaram de fora da competição este ano.

O treinador Jorge Luiz da Silva, que orienta Danielzinho desde o início do ano, disse que a estratégia era ir junto "na hora em que o pelotão começasse a se mexer", o que era esperado por volta do quilômetro 35. "Em virtude do que a gente estava treinando também e do que o Daniel correu em Seul, juntamente com o Geremew (que ficou com a prata) e com os outros atletas também." Porém, o pelotão abriu mais cedo do que o esperado e Daniel precisou "ter paciência para sustentar o ritmo estabelecido naquele momento".
Sobre o clima ameno e o horário, o treinador lembrou a preparação de Daniel no Quênia. "A gente sempre acorda às 5 da manhã. Chegamos aqui em Eugene às 3 horas da manhã esta semana e já fomos treinar às 6 horas, justamente pensando nessa adaptação ao horário da prova e também ao estado biológico do que a gente já fazia no Quênia", comentou.
José Márcio Leão disse após a prova. "Graças a Deus consegui fazer uma boa marca, de 2h11, no percurso que não foi tão bom. Quero agradecer aos meus amigos e a todos no Brasil que torceram por mim, principalmente o pessoal do meu Nordeste, do Brejão, de Garanhuns", disse.
O experiente Paulo Paula lembrou ter pegado Covid-19 há um mês e meio, quando ainda estava no Brasil. Depois fez a sua preparação final na região do Porto, em Portugal. "Mesmo com o problema, consegui correr para 2h13. Aos 43 anos, sou o atleta mais velho na maratona no Mundial e consegui manter a performance", continuou. "Rumo a Paris, em 2024, aos 45 anos para provar a todas as pessoas de mais de 40 anos que tudo é possível, é manter o sonho."
