
Fato é que não devemos parar de consumir açúcar. A grande questão é dosar a quantidade e priorizar o açúcar de melhor qualidade.
Seja o açúcar que encontramos naturalmente nos alimentos. Seja o açúcar que adicionamos nas preparações. Até mesmo o açúcar que vem como ingrediente dos alimentos industrializados. Todos têm sua função no organismo. E a principal delas é fornecer energia para o corpo desempenhar as atividades diárias, especialmente quando praticamos exercícios físicos.
O grande problema está no excesso. Quando o volume desse açúcar extrapola nossas necessidades e se transforma em "sobra", essa reserva resulta em aumento de peso corporal. Consequentemente, eleva as chances de desenvolver diabetes mellitus, entre outras doenças.
Por outro lado, o consumo insuficiente de açúcar interfere na realização de afazeres da rotina e impacta diretamente na performance do treino, causando fadiga, alterações de humor, cansaço e até confusão mental. Pode evoluir, nos casos mais graves, para desmaios e coma. Pode parecer exagero, mas não é.
No cérebro, o impacto é grande, pois as células do sistema nervoso, os neurônios, são dependentes de uma demanda constante de glicose, o principal tipo de açúcar utilizado pelo corpo.
As recomendações atuais de diminuição de consumo de açúcar são relacionadas ao produto que adicionamos e não aquele que é encontrado naturalmente nos alimentos. Acontece que, ao longo do tempo, o nosso padrão alimentar se modificou, substituímos descascar os alimentos por abrir pacotes.
Com isso, a redução do consumo de alimentos naturais e o aumento do consumo dos alimentos industrializados desequilibrou a nossa alimentação. E o nosso cérebro consegue utilizar o açúcar natural dos alimentos como fonte de energia, não necessita do açúcar que adicionamos.

Isso não significa que devemos abolir os doces, por exemplo. É saudável incluir algumas "besteiras" na nossa rotina, desde que de maneira equilibrada. Mas o consumo desse tipo de açúcar deve ser pontual, nunca pode se tornar a base da nossa alimentação.
Nenhum alimento ou nutriente deve ser demonizado. Isoladamente, nenhum deles são capazes de nos prejudicar ou resolver nossos problemas. O ideal é consumi-los de maneira adequada, nem mais, nem menos. Por isso, busque a ajuda de um nutricionista para organizar a sua alimentação de acordo com a demanda, não deixando faltar nem gerar excesso de açúcar no seu organismo.
Ticiane Car Vedotto é nutricionista clínica e esportiva