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Agro sustentável: saiba como funciona o biocarvão na agricultura

Estudo realizado na Embrapa Meio Ambiente aponta que o material pode promover o crescimento das plantas

| Da redação -

Biocarvão pode ser utilizado na agricultura (Foto: Divulgação/Embrapa)


O Play no Agro estreou neste sábado, às 7h20, na EPTV. No primeiro episódio, a jornalista e produtora rural, Luisa Nogueira, que comanda a atração, mostrou exemplos de agricultura sustentável, como o uso de composto do gado na lavoura da café. Nesta edição, a chefe geral da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), também falou sobre o tema e como o agro sustentável está ganhando espaço no setor.

A Embrapa Meio Ambiente encabeça várias pesquisas sobre sustentabilidade e, uma delas, está relacionada ao uso do biochar, ou biocarvão, nas plantações. O estudo aponta que o material, com diâmetro inferior a 9,5 mm, proveniente do carvão vegetal, usado no solo, aumenta a biomassa microbiana, promovendo o crescimento das plantas e reduzindo a severidade da murcha por Fusarium no tomateiro, além de mitigar as mudanças climáticas. Trata-se de uma tecnologia limpa, que contribui para uma produção agrícola sustentável, alinhada com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas). 

 

 

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De acordo com o pesquisador Cristiano Andrade, o uso do biochar pode ser uma alternativa para reduzir as emissões antrópicas de gases de efeito estufa, como as do setor agropecuário, responsável por cerca de 30% das emissões nacionais. A redução das emissões está relacionada com a captura de dióxido de carbono que a planta exala no campo, durante seu desenvolvimento, por meio da fotossíntese e posterior estabilização no carvão quando a biomassa é pirolisada à elevadas temperaturas (geralmente entre 350ºC e 750ºC), na ausência ou baixa concentração de oxigênio. Esse material, após aplicação no solo, é muito estável e permanecerá por séculos nos sistemas, promovendo melhorias relacionadas à fertilidade, física e microbiologia do solo. 

De acordo com Lucas Silva, autor do trabalho e bolsista da Embrapa Meio Ambiente, a severidade da murcha de Fusarium e as atividades microbianas no solo foram inversamente proporcionais às doses de biocarvão incorporadas ao solo. As massas frescas e secas das raízes e da parte aérea, assim como o diâmetro do caule cresceram com o aumento da dose utilizada. Além disso, houve efeito na redução da germinação de microconídios de Fusarium. 

Já o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Wagner Bettiol, acrescenta que as plantas podem recrutar ativamente microrganismos benéficos em suas rizosferas para combater o ataque de fitopatógenos. A murcha, causada por três raças de Fusarium, é uma das doenças economicamente mais importantes e difundidas do tomateiro cultivado e sua diversidade é observada em cepas patogênicas. 

O aumento de carbono da biomassa microbiana evidenciou que há um aumento dessa biomassa próxima às partículas de biochar. Além disso, foram observadas maiores taxas de crescimento de comunidades microbianas em camadas de solo enriquecidas com carvão vegetal, o que indica que os microrganismos são capazes de usar frações de carbono do biochar para seu desenvolvimento. (Com informações da Agência Embrapa) 

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