Quando o consumidor pega uma xícara de café, ele não imagina o tamanho de trabalho que há por trás. Os meses de produção exigem muito do produtor e, hoje em dia, a mão de obra tem sido um verdadeiro desafio nas lavouras.
O engenheiro agrônomo Gustavo Rennó explica que, nos últimos tempos, todos os custos de produção, como a mão de obra, subiram. No entanto, há outros fatores que explicam a falta de braços no campo.
De acordo com o cafeicultor Adelino Roberto, esse déficit não é uma realidade regional, mas sim nacional. Ele salienta que há mecanização no campo, mas, sem que haja pessoas qualificadas para operar e auxiliar, a atividade se torna difícil.
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Para o produtor João Pedro, uma possível explicação são as oportunidades que o empregado encontra nas áreas urbanas. "A mão de obra que a gente encontra no campo são de pessoas de mais idade", explica.
FALTA DA MÃO DE OBRA EM MINAS GERAIS
Este ano, o produtor encontrou a colheita mais cara da história para a região das Matas de Minas (MG). A mecanização e, principalmente, a mão de obra, nesta realidade, ajudam para o encarecimento da produção.
O engenheiro agrônomo Sebastião Brinate explica que, nesse cenário, o ideal é que o produtor invista em tecnologias e técnicas que possam garantir produtividade e, ao mesmo tempo, suprir a mão de obra.
"Eu sempre falo que lavoura carregada não falta mão de obra para colher. A dificuldade é uma lavoura de baixa carga que ninguém quer entrar lá para colher", detalha.
MÃO DE OBRA EM SÃO PAULO
Em Alta Mogiana (SP), as lavouras possuem um alto índice de mecanização. Esse fator corrobora para a colheita e quase independe da mão de obra.
O pesquisador da Fundação Procafé, Marcelo Jordão, salienta que apenas em anos de safra baixa há uma dificuldade maior de colheita. De acordo com o especialista, na região, o valor da diária dos colhedores, nesses períodos, gira em torno de R$ 130.
Uma solução apontada é cortar gastos em momentos de baixa colheita e realizá-la apenas em anos de boa produtividade. "No ano que pode gerar baixa safra, a gente pode realizar a poda e o esqueletamento e zerar os anos de baixa", diz Marcelo.
MAIS DETALHES
Para você conferir mais detalhes da realidade da mão de obra no campo, você pode assistir ao vídeo abaixo.
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