O ano de 2022 tem mostrado surpresas agradáveis e desagradáveis para o produtor de café. Talvez a mais desagradável dessas surpresas seja a quebra de safra.
A quebra de safra é quando há uma redução significativa na colheita do café. Esse fenômeno pode ocorrer por diversos fatores. Entre eles, estão as mudanças climáticas, o ataque de pragas variadas e, até mesmo, o uso incorreto de defensivos agrícolas.
Entenda a situação dos produtores do sudeste do país.
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MATAS DE MINAS
De acordo com o engenheiro agrônomo Sebastião Brinate, até julho, a safra estava dentro do esperado para a região que compreende Matas de Minas (MG). Ele explica que os resultados qualitativos, em questão de qualidade de produção, e quantitativos, em relação à produtividade, têm sido positivos.
Embora a realidade seja boa para os produtores da região, a produtividade está longe de ser a melhor já vivenciada.
"Estamos em torno de sete milhões de sacas ou mais. Temos lavouras bem folhadas e com a expectativa boa para o ano que vem", explica.
CERRADO MINEIRO
Infelizmente, a boa safra não atinge toda a região Sudeste. No Cerrado Mineiro, por exemplo, os produtores de café têm sentido dificuldades com a produção no decorrer deste ano.
Para o consultor de café Leonardo Carvalho, essa dificuldade está relacionada às secas do ano de 2021. Ele explica que a queda brusca de temperatura deste ano também está relacionada, mas o principal fator são as condições climáticas do ano anterior.
"Em média, a gente percebeu que perdemos de 20 a 40 por cento do esperado devido a essa seca", comenta.
ALTA MOGIANA
Em Franca e Alta Mogiana (SP), a realidade é muito semelhante à do cerrado mineiro. Na região, tem-se percebido quebra de safra brusca se comparado ao mesmo período de colheita de 2020.
O engenheiro agrônomo e pesquisador Marcelo Jordão explica que essa quebra de safra não era esperada para a região. No norte paulista, os dados apontam uma queda de 35 a 40 por cento na produção de café.
"Nós tivemos um susto. Não em termos qualitativos, mas em redução de safra. Em março, tivemos uma queda de 10 a 15 por cento do previsto", explica.
Isso significa que a avaliação é negativa para a região.
QUEBRA DE SAFRA
Vale lembrar que embora a queda de safra muitas vezes possa ser uma surpresa desagradável, existem algumas técnicas que podem ajudar a vida do cafeicultor.
Especialistas enfatizam que o manejo adequado, o correto planejamento de finanças e recursos, além do contato constante com técnicos e engenheiros agrônomos são as ferramentas ideais para a superação de crises.
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Portanto, para ter mais informações e se preparar para todos os imprevistos, assista ao vídeo abaixo e entenda toda a realidade da produção de café no sudeste brasileiro:
*Com supervisão de Luciana Félix.