A necessidade de melhorar o fornecimento de, principalmente, adubos e ferramentas para a lavoura canavieira levou 99 produtores, no dia 19 de maio de 1963, a se reunirem, colocarem suas terras, ou seja, onde tiravam o sustento de suas famílias como garantia e fundaram a "Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo", que mais tarde ganharia a marca de Copercana.
Com rápido crescimento onde conseguiu associar cerca de 650 cooperados, os primeiros dez anos foram marcados pela aquisição e construção dos primeiros prédios e o desenvolvimento de negócios que a cooperativa atua até hoje, como o fornecimento de insumos agropecuários, combustíveis e ferramentas, além do recebimento e armazenamento de grãos.
A grande marca da segunda década de vida é o financiamento de caminhões, carregadeiras, tratores e motoniveladoras atendendo uma necessidade latente para que os produtores cooperados conseguissem ampliar suas áreas de produção, recursos vindos de programas governamentais como o Proálcool (Programa Nacional do Álcool, implementado na década de 70, sendo o percursor para a disseminação no etanol como combustível) e também picos históricos de preços no mercado internacional de açúcar.
Para se ter ideia, em um único ano foi possível financiar mais de três mil unidades divididas entre caminhões, tratores e implementos, além disso também havia recurso disponível para o produtor construir seu capital de giro.
Ainda neste período, nasceu a Unidade de Grãos para receber a produção de soja e amendoim que os cooperados produziam como rotação de cultura na reforma de seus canaviais. Com mais de dois mil associados espalhados pela região também foi iniciada a formação da rede de Lojas de Ferragens e Magazine, com inauguração de unidades em Sertãozinho, Pontal, Serrana e Pitangueiras.
Os anos 90 marcam a entrada da cooperativa no segmento supermercadista através da inauguração das lojas em Pitangueiras e Sertãozinho e outras duas unidades (Serrana e Pontal) logo no início do novo século, época que a cooperativa também consolidou sua presença no Triângulo Mineiro, instalando filiais em Uberaba, Campo Florido e Frutal.
A incorporação da Coopervam (Cooperativa Agropecuária do Vale do Mogi-Guaçu) ampliou a abrangência da cooperativa para a região central do estado chegando em Descalvado, Porto Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Rita do Passa Quatro e Santa Rosa de Viterbo, além disso, agregou um corpo superior a 1,1 mil cooperados responsáveis por uma produção, na época, média de 10 milhões toneladas de cana.
Quem não quer completar 60 anos com essa força?
"Eu não pensava que a cooperativa chegasse aos seus sessenta anos do tamanho que está, mas na verdade acredito que você não tem que ficar pensando nesse tipo de coisa, é preciso ter coragem para enfrentar e superar os compromissos, os negócios que vão surgindo. Sabíamos que tínhamos potencial para crescer e desenvolver com uma gestão baseada na seriedade, através do cumprimento integral das obrigações fiscais, do pagamento de funcionário e fornecedores em dia e, principalmente, com o desenvolvimento de um sistema forte para coibir a inadimplência, conseguimos evitar uma enormidade de problemas que poderiam trazer risco para a cooperativa", disse o presidente do conselho de administração, Antonio Eduardo Tonielo, que ainda resumiu o seu ponto de vista numa frase curta e direta, característica marcante de sua forma de liderar: "O ponto é que você tem que acreditar e trabalhar duro para que seu objetivo aconteça".
E como o trabalho foi duro para a grande expansão da década passada, a maior da história da cooperativa! Até janeiro de 2023, das 53 filiais da Copercana, 22 abriram suas portas no período.
É valido ressaltar que além da grande expansão, a cooperativa colocou em prática um audacioso plano que consiste até hoje na reforma das lojas e ampliação de sua capacidade de estocagem de insumos, necessidade fundamental de seus cooperados,
na ampliação dos armazéns anexos às filiais e a construção de quatro centros de distribuição, um principal, localizado em Sertãozinho e outros três regionais, em Uberaba, Descalvado e Guaíra, todos dotados de ferramentas logísticas de ponta.
Na área de grãos, desde 2019 a cooperativa investe no aumento de sua capacidade de recebimento, secagem e estocagem de soja. No amendoim, o processo de evolução da infraestrutura é o grande foco da cooperativa atualmente com a implantação de todo o processo de fabricação e tratamento de sementes e a finalização da unidade de processamento na Unigrãos III (antiga Usina Albertina, localizada em Cruz das Posses), referência em tecnologia para toda América Latina.
Desta forma, a Copercana chega aos seus 60 anos com um faturamento aproximado consolidado de R$ 4,6 bilhões, mais de 30% de crescimento em relação ao período anterior, quem gostaria de chegar nessa idade com essa musculatura? Como pode ser percebida na visão do atual diretor-presidente executivo, Francisco Cesar Urenha.
"Embora o que aconteça de modo externo, sempre vamos ter questões geopolíticas e climáticas que possam afetar a atividade dos nossos cooperados e com isso nos atingir também, a Copercana vai continuar trabalhando pensando adiante e vai superar, como sempre fez, as dificuldades que aparecerem. Uma marca em toda a história da cooperativa é ser sólida e estável, com o mesmo perfil conservador que deu muito certo até hoje, porém vamos continuar nosso planejamento estratégico que aponta para mantermos nossa franca expansão, vamos continuar na mesma cadência".
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