Em um cenário marcado por estimativas de safra recorde, conforme revelado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa semana, e ganhos de produtividade, o Valor Bruto da Produção (VBP) no Brasil atingiu a marca de R$ 1,151 trilhão na estimativa de outubro deste ano. A cifra representa um aumento de 2,2% em relação ao ano anterior, quando o VBP alcançou R$ 1,126 trilhão.
O VBP das lavouras teve um crescimento notável, registrando um aumento de 4,2% em valores reais e totalizando R$ 811,7 bilhões. Por outro lado, a pecuária experimentou um faturamento de R$ 339,9 bilhões, mas apresentou uma ligeira retração de -2,1% em comparação com o ano anterior.
Diversos produtos desempenharam um papel crucial nesse cenário positivo, destacando-se com aumentos expressivos no VBP. Amendoim (17,6%), arroz (17,8%), banana (15,9%), cacau (19,5%), cana de açúcar (17,2%), laranja (18,0%), mandioca (42,4%), soja (2,9%), tomate (23,0%) e uva (14,5%) são alguns dos protagonistas, influenciados por fatores como variações de preços, quantidades produzidas ou ambos.
No entanto, ao observar um ranking dos produtos, percebe-se que a concentração de cinco itens - soja, milho, cana de açúcar, café e algodão - representa 81,9% do VBP das lavouras. Destaque negativo é observado em produtos como algodão, batata-inglesa, café e trigo, cujos resultados foram impactados por fortes retrações de preços em relação ao ano anterior.
Na pecuária, suínos, leite e ovos emergem como destaques positivos, enquanto carne bovina e de frango enfrentam desafios e não apresentam resultados tão promissores.
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Analisando os resultados regionais, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás lideram, representando coletivamente 59,8% do VBP total.
Quanto ao prognóstico para 2024, a incerteza se instaura devido às variabilidades climáticas. O excesso de chuvas e períodos secos trazem desafios consideráveis. Os primeiros prognósticos apontam para uma safra menor em comparação a 2023, com produtos como algodão, café, feijão, milho, soja e trigo previstos para apresentar as maiores baixas. Em termos percentuais, o VBP esperado para 2024 pode ser 5,3% menor do que o obtido neste ano.