
Levando em consideração a consciência ambiental, surge o conceito de economia circular, estratégia que propõe mudanças nas cadeias de consumo, produção e descarte dos recursos naturais. Nesse sentido, esse modelo prioriza aperfeiçoar os processos de fabricação dos produtos, à medida que reduz a dependência de matéria-prima virgem e prioriza os insumos duráveis, recicláveis e renováveis.
O atual modelo econômico, denominado linear, é baseado na exploração excessiva dos meios e no grande acúmulo dos resíduos, o que traz impactos negativos para o meio ambiente. A economia circular, por sua vez, se opõe a esta lógica, uma vez que busca prolongar o ciclo de vida dos produtos buscando produzir sem esgotar os recursos e sem poluir e, consequentemente, preservar o meio ambiente.
É importante ressaltar, porém, que o modelo circular visa unir a sustentabilidade ao ritmo tecnológico e comercial do mundo moderno, o que torna possível com que ele seja aplicado à atual dinâmica do Brasil e do mundo.
Aplicar o modelo circular ao universo agro é interessante, já que a circularidade propõe a minimização dos impactos na fauna e flora. Na prática, há o incentivo à inovação, à redução de desperdícios e ao aumento da competitividade por conta da abordagem sustentável, fatores estes que potencializam o crescimento, aumentam a qualidade dos produtos e minimizam os impactos ambientais.
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ECONOMIA CIRCULAR NA PRÁTICA
No programa de estreia do EP Agro, Luciana Dalmagro, que atua na área de avicultura de corte e flores comestíveis, explicou que utiliza técnicas de economia circular na fazenda que administra. Além de gerar energia através de placas fotovoltaicas, a fazenda também reutiliza água da chuva com uma cisterna para três milhões de litros - e biocomposta os resíduos e os reutiliza na fazenda.
Assim como Luciana, há outras empresas e produções que também implantam a circularidade na produção. A cana, presente na produção sucroenergética, é um grande exemplo de economia circular porque há o reaproveitamento e o uso dos diversos substratos.
No canavial, a soqueira caule da cana - pode dar origem a uma nova planta, já que a espécie tem a capacidade de rebrotar e, portanto, é possível colhê-la quatro vezes, com cortes a cada 12 meses.
A palha, que é um dos primeiros resíduos da colheita, permanece sobre o solo, o que auxilia na conservação e na matéria orgânica do solo. Assim que processada, a cana produz açúcar, etanol e energia; a vinhaça, que resulta deste processo, é aproveitada como fertilizante ou biogás, enquanto, o bagaço, energia térmica ou elétrica.
*Sob supervisão de Patrícia Neves
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